CHURRASCO DE TEMER FRACASSA E CHINA TAMBÉM VETA A CARNE NACIONAL

Segunda-feira, 20 de março de 2017
O churrasco promovido por Michel Temer neste domingo 19 com embaixadores na Churrascaria Steak Bull, em Brasília - que por sinal, segundo um gerente do local, só serve carne importada - foi um fiasco.

Nesta segunda-feira 20, além da Coreia do Sul e da União Europeia, a China, maior importador mundial de alimentos, também suspendeu as compras de carnes brasileiras, depois que a Polícia Federal divulgou, com estardalhaço, que os frigoríficos nacionais corrompem fiscais para vender carne podres nas merendas e frangos com papelão, o que é uma mentira grosseira.

A informação sobre a suspensão por parte da China ainda não é pública, segundo a agência Bloomberg, que deu fontes em off, mas já circula entre os produtores brasileiros.

Os prejuízos bilionários aumentam a pressão sobre o delegado Moscardi Grillo, o mesmo que investigou o ex-presidente Lula, e que agora terá que revelar dados mais consistentes de sua investigação. Em dois anos de investigação, a PF só analisou produtos de uma empresa (leia aqui).

Quem pode cair a qualquer momento é o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, citado em grampo da investigação - ou por receber propina dos fiscais agropecuários, ou por não controlar operações pirotécnicas da PF. Ontem, ele já ficou de fora de reunião feita por Temer sobre a Operação Carne Fraca, sendo substituído pelo número 2 do ministério, José Levi.

China suspende temporariamente importações de carne brasileira após escândalo, diz fonte

PEQUIM (Reuters) - A China suspendeu temporariamente as importações de carne brasileira a partir do dia 19 de março, após um escândalo no país sobre suposto esquema de fraude envolvendo empresas e agentes sanitários que teria permitido a venda de produtos contaminados, disse uma fonte nesta segunda-feira.

A fonte, que pediu para não ser identificada por causa da sensibilidade da informação, afirmou que a suspensão das compras de carne brasileira é uma medida de "precaução".

A decisão ocorre após a Coreia do Sul intensificar as fiscalizações de carne de frango importada do Brasil e banir temporariamente as vendas de produtos de frango da BRF, maior produtora de carne de frango do mundo.

COREIA VETA FRANGO BRASILEIRO E UNIÃO EUROPEIA BARRA IMPORTAÇÃO
Os primeiros efeitos da espalhafatosa Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, começam a surgir no mercado brasileiro de carnes. A Coreia do Sul foi o primeiro país a anunciar a suspensão temporária de produtos de frango da BRF, uma das empresas investigadas e dona das marcas Sadia e Perdigão.

O governo sul-coreano também anunciou que vai intensificar a fiscalização. No ano passado, mais de 80% das cerca de 107,4 mil toneladas de frango importado pela Coreia do Sul tiveram o Brasil como origem.

Principais concorrentes da carne brasileira na Europa, os irlandeses também pediram oficialmente à Comissão Europeia o "embargo imediato de toda a importação de carne do Brasil". O pedido foi seguido por um anúncio da Comissão Europeia nesta manhã da suspensão de carne do Brasil de todas as empresas envolvidas na investigação.

"A Comissão garantirá que quaisquer dos estabelecimentos implicados na fraude sejam suspensos de exportar para a UE", disse um porta-voz da Comissão Europeia em coletiva de imprensa regular. A Comissão acrescentou que o escândalo da carne não terá qualquer impacto nas negociações em curso entre a União Europeia e o Mercosul, no qual os dois lados esperam chegar a acordos sobre livre comércio.

O assunto deverá ser levado a reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC) nessa semana, de acordo com reportagem do correspondente Jamil Chade. A entidade se reúne a partir de terça-feira para debater temas fitossanitários e os principais parceiros comerciais se mobilizam para levantar o assunto durante a reunião.

As suspensões da comercialização acontecem pouco depois de Michel Temer se reunir-se com embaixadores de países importadores e assegurar que os casos investigados são isolados e não comprometem o setor e nem o sistema de fiscalização brasileiro.

Neste domingo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que a Polícia Federal cometeu "erros técnicos" no desenrolar da operação e que algumas das práticas destacadas pela Polícia Federal são permitidas pela legislação. Em dois anos de investigação, a PF só analisou produtos de uma empresa.

A Operação Carne Fraca foi deflagrada na última sexta-feira (17). Segundo a PF, cerca de 30 empresas do setor pagavam propinas a fiscais do Ministério da Agricultura para que fossem emitidos licenças e certificados sanitários sem a devida fiscalização.

(Por Dominique Patton)

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