CHESF MANTÉM VAZÃO MÍNIMA DA RESERVA DE SOBRADINHO ATÉ ABRIL DE 2018

Quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Reserva de Sobradinho tem um dos piores cenários da história (Foto: Reprodução/ TV São Francisco)
A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) vai manter a quantidade mínima de água liberada na barragem de Sobradinho, no norte da Bahia, até 30 de abril de 2018. Essa é a primeira vez que a companhia mantém a vazão do reservatório reduzido no período chuvoso no sertão baiano, que vai de outubro a abril.

Conforme a empresa, a definição saiu no dia 6 de novembro na resolução 1943/2017, da Agência Nacional de Águas (ANA).

Até agora, a chuva esperada para a região, que fica no Vale do São Francisco, não foi o suficiente. Por isso, a vazão mínima da barragem, que hoje é de 550 m³/s, foi mantida na tentativa de recuperar o volume do reservatório. Essa é a menor vazão da história do Sobradinho, em 38 anos de operação.

A expectativa é que o volume aumente até abril. “Domingo [19 de novembro] foi o primeiro dia que nós tivemos uma vazão de chegada superior à vazão, o que é uma notícia boa, por conta de que hoje o nível do reservatório de Sobradinho já subiu um pouco”, João Henrique Frankilin, diretor de operações da Chesf.

O volume útil do lago hoje está em 2,24% da capacidade. No entanto, conforme a Chesf, esse não é o pior volume já registrado na barragem, que vem sendo afetada pela falta de chuvas há cinco anos. Segundo a companhia, em novembro de 2015, Sobradinho atingiu o pior volume da história, de 1,1%.

Impactos nas atividades rurais
Seu Emir, que planta melão, mostra que algumas frutas não desenvolveram por conta da baixa irrigação (Foto: Reprodução/ TV São Francisco)
No povoado de Algodões, em Sobradinho, agricultores e criadores de animais que dependem da água da barragem para manter o trabalho contam que não há água suficiente pra irrigar as plantações e os animais estão morrendo.

O agricultor Jorge Souza plantava até cinco hectares de cebola. Esse ano plantou só meio hectare, dez vezes menos que o habitual. “Eu só investi porque a gente sobrevive disso. Nós não temos para onde ir. Se a gente sair daqui a gente vai pedir esmola”, relata.

Seu Ermir dos Santos conta que diminuiu a plantação de melão de oito hectares pra apenas um. O agricultor afirma nunca ter visto um cenário tão ruim na região. Mesmo com todo o esforço para molhar a plantação, algumas frutas não desenvolveram bem.

“Isso aqui está dependendo do solo, é só o que nós estamos tendo e mais a água que não está dando o suficiente, porque a gente só pode molhar uma hora”, relata o agricultor.

Agora, é no chão seco, onde antes brotava o capim, que Ezenilton Rodrigues se esforça pra continuar criando ovelhas. Uma parte do rebanho de 100 animais, mesmo adaptado às condições do semi-árido, não resistiu e morreu. “Só a gente aqui já perdeu cerca de 30 animais, por conta da seca", relata o criador de animais.
Criação de ovelhas em povoado de Sobradinho foi afetada pelo baixo volume de água da barragem (Foto: Reprodução/ TV São Francisco)

Por Bahia Meio Dia

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