LA NIÑA TÁ CHEGANDO TRAZENDO CHUVAS PARA O SERTÃO NORDESTINO

Sexta-feira, 26 de agosto de 2016
A possibilidade de ocorrer o fenômeno climático La Niña é de 55% a 60% até o final deste ano, segundo informações da Agência Pernambucana de Água e Clima (Apac). Geralmente, a La Niña provoca o efeito contrário ao El Niño: chuvas no Nordeste e estiagem no Sul e Sudeste. “Depois de cinco anos de seca, a expectativa, até agora, é de que tenhamos um inverno normal ou melhor do que o normal, o que é muito bom para o setor”, diz o presidente da Federação da Agricultura no Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra.

O El Niño é o aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical e tem esse nome porque acontece geralmente próximo ao Natal no litoral do Peru. Como consequência do El Niño, o Nordeste sofre com a estiagem e ocorrem chuvas no Sul e Sudeste.

Já o La Niña é o esfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Os dois fenômenos interferem no regime de ventos e chuvas nas regiões tropicais. “Há uma relação entre a existência dos El Niños com a La Niña. Sabemos que vários fatores podem interferir e vamos esperar para ver se esse inverno bom se concretiza”, comenta Pio Guerra.

“A notícia boa é que não teremos mais um El Niño. Quando esse último é forte, temos certeza de seca. Já no La Niña ocorre uma interferência da temperatura do Oceano Atlântico que reflete na intensidade do fenômeno”, explica a meteorologista da Apac, Aparecida Fernandes. Ela acrescenta que quando a La Niña é fraca, não há alteração no comportamento das chuvas.

Nem sempre a área atingida pelo El Niño tem o efeito contrário quando acontece a La Niña, de acordo com informações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). A última vez que ocorreu um La Niña mais forte foi em 1988-1989, segundo o CPTEC.

O atual El Niño influenciou o clima do Brasil até maio último. Agora, a previsão é de que La Niña comece a provocar efeitos entre novembro e dezembro, se dispersando os efeitos desse fenômeno no final de 2017. “O La Niña pode favorecer as chuvas no Sertão em janeiro, fevereiro, março e abril. Mas ainda é cedo para saber se isso vai ocorrer”, conta Aparecida. A Apac faz uma previsão trimestral para o comportamento do clima. A próxima será lançada esta semana com a previsão para setembro, outubro e novembro.

ÂNIMO: Mesmo sendo para o final do ano, as previsões animam os agricultores. “Para o Nordeste, chuva é sempre boa para as lavouras, rios e bacias hidrográficas. Geralmente, quando temos o La Niña chove no verão do Nordeste. Em agosto e setembro, começa a se cortar a cana-de-açúcar. É importante a chuva chegar depois para a planta voltar a germinar”, conta o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha. Geralmente, quando o El Niño é mais forte como ocorreu nesses últimos anos, a estiagem chega até a Zona da Mata e provoca quebra da safra como ocorreu na moagem anterior (2015-2016).

A falta de chuvas também trouxe outro problema ao Estado: a pouca quantidade de água nos reservatórios que abastecem as cidades do semiárido. Dentre os maiores açudes usados para o abastecimento humano, a Apac monitora 87 deles, sendo que 45 estão em colapso atualmente por causa da grande estiagem que atingiu o Agreste e Sertão de Pernambuco. 

Por Zé Carlos Borges
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Com informações do PE Notícias

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