PERITO FALA SOBRE LOGÍSTICA DO CRIME E REVELA QUE ASSASSINO NÃO LEVOU BEATRIZ AO DEPÓSITO ONDE FOI ENCONTRADA

Quarta-feira, 30 de março de 2016
À frente da equipe de peritos que investigam a morte de Beatriz Angélica Mota, Gilmário Lima foi escalado pela Secretaria de Defesa Social para repassar à imprensa do Vale do São Francisco, os detalhes que levaram à conclusão de que a menina de apenas 07 anos, morta no ano passado no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora em Petrolina não foi assassinada no depósito de materiais esportivos desativado. Durante a coletiva realizada ontem (29) na sede da Delegacia Seccional, Lima revelou vários elementos do quebra-cabeças que envolve o crime ainda não solucionado, como por exemplo, a logística empregada no homicídio.

“O único local nessa sala que tinha sangue era esse aqui, ou seja, quem colocou Bia aqui não estava melado de sangue provavelmente porque não deixou sangue em nenhuma folha da porta e nenhum trajeto, principalmente naquele corredor que dá acesso ao portão sanfonado, que é típico em ações desse tipo, você deixar uma gota. E todos os equipamentos nossos são pente fino para esse tipo de situação”, justificou.

Entre as possibilidades adotadas pela Polícia Civil está a de que uma pessoa matou e outra carregou a menina ao local onde foi encontrada. “Isso deixou muito complexo justamente porque o mais fácil era executar a vítima nesse local, mas esse local não apresenta padrões de situações desse tipo. Até porque a gente pode trabalhar com agentes que executam e que transportam. Uma coisa interessante é que na própria Bia, a perícia que foi feita no solado das sandálias dela, a gente constatou que não havia fuligem, ela não chegou ali andando ou foi arrastada. Isso tecnicamente está comprovado”. 

​Questionado sobre as características das lesões encontradas no corpo de Beatriz Angélica, o perito evitou repassar detalhes. “Uma ação muito provavelmente premeditada, o alvo muito provavelmente não era a Beatriz porque existe uma testemunha que também foi abordada. As lesões tem uma brutalidade excessiva, demonstram uma certa raiva, mas nós também não vamos entrar nessa ceara se tem significado ou não. A faca foi e deixada no local junto com a vítima, mas a gente não pode comprovar se ela foi deixada propositalmente ou se foi uma falha na execução. Estava junto do corpo”. Mesmo empregando cautela nas informações repassadas, Gilmário Lima revela que a polícia averígua se mais de uma pessoa desferiu os golpes de faca que mataram a criança. “São lesões concentradas em diversas regiões. Não é à toa de que vocês tem a informação de que foi mais de 40 facadas e também a gente tem as lesões e eu também não vou afirmar aqui, mas que também pode ser de um agressor ou de mais de um agressor. A gente também não descarta isso pela complexidade do caso”. 

Com consonância com as declarações feitas pelos delegado Marceone Ferreira, o perito destaca o conhecimento dos assassinos acerca das dependências do local onde Beatriz foi morta. “Com certeza quem cometeu isso tinha acesso a informações ou já esteve diversas vezes nesse local porque é de difícil acesso, então ou teria que ter a informação de uma pessoa ou ela mesma saber do local”. 

Por Zé Carlos Borges
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Texto da GRFM

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Zé Carlos Borges

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